Eu não tinha tempo para cruzar o rio Amazonas até Belém, mas queria sentir a moção de navegar em um catamarã à noite pelo rio Amazonas, foi assim que embarquei no Porto de São Raimundo para Novo Airão, não custava muito, e o capitão pediu que eu levasse uma rede. À noite quando cheguei, só estava com a mochila, dormiria no convés, não estava disposto a gastar dinheiro com rede, sentei no chão de madeira do lado das minhas bagagens e fiquei observando as luzes de Manaus ficar para traz, digo que senti uma nostalgia muito grande, lembrei dos romances de José de Alencar, estava deixando uma metrópole e adentrava na relva, o rio Negro é imenso, os extremos da floresta ficavam bem distantes, o catamarã iluminado era apenas um fagulho na imensidão escura do Amazonas, um mero vagalume num remanso suave das ondas do rio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário